quinta-feira, 14 de maio de 2015

Minha última noite solteiro

Eu pouco apareço por aqui, mas esse é meu canto.
Nossa vida constituída de fases, sempre nos leva a pensar o que faremos em cada uma delas.
Hoje, 13/05/15, na prática, é minha última noite solteiro, neste mesmo status eu jamais voltarei, não nessa vida.
Eu sempre tive medo de mudanças. Penso que melhorar dentro de um mesmo estado é mais confortável, porém chega um momento em que esse estado fica pequeno demais e não mais nos cabe.
Eu vivo há 25 anos comigo mesmo, obviamente não estive sozinho todo esse tempo, mas digo que na maioria dele sim. Eu sinceramente não sei como é deixar de ser assim, eu não sei como é ter alguém todo momento ao meu lado.
Nestes 25 anos, sem uma justificativa lógica eu sempre acreditei que devo seguir em frente, que devo buscar melhorar, e buscar melhorar consequentemente implica em dizer não estar mais sozinho. Por mais que eu tenha suportado o pesado fardo de todos estes anos solitários, fato é que nasci pra conviver. E nesta oportunidade, deixarei minha "ranzinzência" para me dedicar a um propósito maior, o de constituir uma família.
Neste novo e desconhecido caminho pretendo não levar comigo meus traumas, à família que pretendo edificar, oferecerei o meu melhor, tentarei ser um homem bom, de coração limpo, que buscará livrar seus filhos das crueldades do mundo, que confiará, sempre, a Deus, seus problemas, crente na solução de todos eles. Pretendo ser motivo de orgulho e admiração para minha esposa. Pretendo ser tudo aquilo que jamais fui por inteiro, mas que sei que poderei ser.
No caminho deixado por meus passos existem provas das dificuldades que passei, e confiante em mim mesmo superei todas elas, sei que agora não será diferente. O medo que sinto talvez seja apenas uma prova de que sou feito de carne e osso, e que devo permitir-me ter fraquezas.
Quero falar muito mais, sinto que este é o fechamento de um ciclo e que depois que eu adormecer nesta noite nada voltará a ser como antes; mas quem sabe não existam palavras para este momento, quem sabe eu deva apenas vivê-lo, sem muitas nostalgias, sem grandes preocupações, apenas vivê-lo.

Nesta noite eu limpo meu coração de todas as coisas ruins que vivi, entrego-me ao meu destino, me permito colher tudo que plantei, com a esperança e ansiedade de quem cultivou por tantos anos.

Adeus Alisson solteiro, digamos que foi inusitado o tempo que passamos juntos. rs

quinta-feira, 22 de maio de 2014

Hoje

Eu pensei que jamais voltaria aqui, nessas páginas guardei muitas de minhas dores, as trancafiei como se um prisioneiro maléfico fosse.
Hoje voltei para reler, talvez fazer uma releitura da minha própria vida.
É muito difícil, difícil de verdade acreditar que as coisas possam efetivamente melhorar do dia pra noite, que os desabafos que aqui fiz fossem um dia representar apenas vírgulas na minha vida que atualmente tem sido de tantas exclamações, porém a vida brinca conosco, há uma força superior que comanda nossos dias, há Deus que nos faz experimentar um pouco de tudo aquilo que precisaremos para vida, que nos torna maduros à base de pancadas e alentos, que nos lapida carinhosamente.
Hoje olho pra trás e vejo que meus sonhos mais infantis tornaram-se reais, que minhas ambições ainda não completamente concretizadas são reais, jamais foram utópicas !
Hoje olho pra frente e vejo um caminho a ser seguido muito mais florido do que anos atrás, vejo sorrisos e amor, vitórias, sucesso e paz.
Hoje olho pro lado e só vejo ela, ela que tanto citei aqui, seja nos momentos de alegria, seja nos momentos de descrença, vejo a mulher que cresceu ao meu lado, vejo a mulher que me motivou vencer montanhas, que me deu forças a, de forma até mesmo irresponsável, apostar no incerto, por ela eu mudei de cidade, de estado, de trabalho, de ares, de vida, e só posso dizer que continuarei fazendo isso sempre que for necessário, para estar ao lado dela eu terei forças para mover o mundo.
Relendo muitos dos textos que aqui escrevi, vejo que o que hoje vivo é fruto das idéias daquele moleque que, em busca de um diploma, enfrentava as ruas de SP sem medo, vejo que as minhas lágrimas não foram em vão, que meu suor não foi em vão, vejo que vale a pena confiar em si mesmo, eu era a única opção pra minha vida, e que bom que apostei nisso.
Minha mente apagou muitas das coisas desagradáveis que vivi até o dia 31 de agosto de 2012, e só agora, escolhendo as letras do teclado e ressuscitando certas memórias me dou conta do quão pesadas foram. No dia 31 de agosto de 2012 às 22:15hs embarquei em um ônibus azul, trazendo comigo tão somente uma caixa de máquina de lavar carregada com alguns livros, roupas, cobertores, copos, 1 computador velho, uma carteira da OAB e uma vontade incalculável de nunca mais me sentir só no mundo, naquele dia eu parti não só em busca de dias melhores, parti pros braços dela, acredito que a vida não faça sentido se não tiver esse tipo de motivação.
Não me arrependo de nada, muito pelo contrário, tudo que vivi me moldou o homem que sou hoje.

Mas no fundo no fundo, tudo isso é só pra que eu consiga me dar conta da magnitude da decisão, que ao lado dela, tomei no último fim de semana, para que eu possa me dar conta que no dia 09 de maio de 2015 às 17:00hs estarei impecavelmente vestindo o principal terno do meu guarda-roupas, carregado das minhas tortuosas experiências, esperando pra receber a mulher pela qual eu tanto lutei e luto; com o sol se pondo eu estarei esperando o primeiro de todos os dias da minha vida, primeiro dos dias que de fato me importo, estarei nu de defesas, estarei entregue aos braços dela, para que faça de mim o que bem entender, para que me ame e permita amá-la, isso é tudo que eu sempre quis, desde o primeiro beijo; lá no fundo, é tudo que eu sempre quis desde a primeira vez que a vi, a vida não faz sentido se não for pra ser vivida ao lado dela.

Do dia 09 de maio de 2015 em diante sei que conviveremos com outros tantos obstáculos que jamais tivemos, sei que por muitas vezes nossos gênios entrarão em conflito, que minha bagunça vai atrapalhar a dela, mas sei que estarei, a cada amanhecer, disposto a ser e fazê-la feliz, isso basta !

Hoje eu estou vestido de satisfação pessoal, vestido de uma sensação que nunca tive...

Hoje... Hoje... Hoje... apenas o amanhã de Hoje...

domingo, 21 de novembro de 2010

Assistência Técnica

Em alguns momentos não tem como, alguns defeitos são simplesmente impossíveis de se resolverem em casa, sentado, só esperando que um milagre aconteça e aquela peça defeituosa se recupere sozinha; como quando era criança, que rezava pro meu carrinho de controle remoto voltar a funcionar...
Foram longos sei lá quantos dias, e o prazo que deram para a vida que estava na assistência voltar a funcionar não pôde ser cumprido, sequer foi feita a análise técnica pelo responsável, as incertezas estavam lá, os planos vazando pela trinca que se formara a dias na altura do torax, a garganta que apresentara dificuldades no que se refere à lubrificação natural também não foi solucionada, tudo facilmente se agarrava ali (e continua seca...)
Não que eu tenha me preocupado pouco, foram diversas ligações, repetidas reclamações, novos prazos novamente descumpridos; problemas operacionais internos da empresa que acreditava eu estar ali para trazer satisfação a seus clientes, ressuscitar esperanças moribundas, acreditar tudo aquilo que se encotrava desacreditado..

- Defeito a meu ver:

Tá bom, antes de confiar vida aos outros, tentei sinceramente entender o problema/vício intrinseco, e pelos meus entendimentos, foi alguma ripimboca da parafuseta que se soltara após um excesso de vontades e necessidades descarregadas em um mesmo dia, brother, deu pau; não que o hardware não estivesse pronto pra isso, mas o espaço em disco não foi suficiente para tamanha descarga, e a outra vida que estava ligada ao mesmo roteador não foi capaz de entender a mensagem que até então parecia altamente cripitografada.

Inconformado eu liguei novamente na assistência, e mais uma vez não existiam prazos concretos. Tudo bem, se após 30 dias o defeito não for sanado, a legislação me garante algumas prerrogativas.

sábado, 2 de outubro de 2010

4 anos

Pela ordem...

Mesmo com todas as saudades, já se vão 4 anos em SP, mais especificamente no Direito. Direito as vezes parece moda, muita gente acha lindo o primeiro ano com muitos bares, festas, micaretas, se sentem os excelsos doutores depois da primeira aula de penal. Mas sei lá, antes, a 10, 15 anos atrás eu gostava da profissão de ternos elegantes por parecer algo extremamente promissor e poderoso (não que não seja); mas com as histórias de nossos mestres, com rostos dispostos a ensinar mesmo após um dia todo de petições, apelações, embargos.. a coisa toda toma um novo rumo, me ocorre um amor pelo Direito que é omisso, não é pela imponência, pela sabedoria e explicação lógica que se dá para todas as coisas, pelo leque de opções que nos é apresentado; quem sabe seja pela capacidade de salvar vidas ao jeito mandão (vide mandados de segurança), pela carga de dignidade que nos é injetada, pela capacidade atribuída de postular, de questionar, de fazer cara feia quando todo mundo pensa que é magistrado; mesmo que ainda estudante sem tempo nem disponibilidade para horas de merecidos estudos tento trilhar os caminhos tortuosos e cheios de escapes desse sonho que tenho desde criança.
Por outro lado, tenho lá algumas aversões à carreira, é nojento ver o mercado de enriquecimento ilícito via indenizações por danos morais para qual o judiciário não raramente caminha, camarada pode ser o mais bruto na rua, mas perante a justiça sua moral subjetiva é feita do mais delicado cristal. É lamentável a existência de advogados que se ocupam exclusivamente de ferrar com vidas alheias. Porém há lugar e campo para disposições, há tempo para revoluções na sociedade, revoluções essas oriundas da força judicial. E muitos se enganam quando pensam que não existe justiça, essa transborda em nosso país, difícil é encontrar gente que a cumpra, que a coloque em prática, difícil é exterminar o submundo das propinas e jeitinhos.
Minha faculdade de forma alguma é a melhor, mas vejo atualmente gente disposta a mudar, a mostrar que não somos apenas mais uma leva do superlotado sistema educacional (19 dos 19 alunos do 10º período passaram na primeira fase da OAB, chuuupa USP).
Continuo nessa, de Vade Mecum a tiracolo, na crença de que posso fazer muito, por mim e pelos outros.



Rua Paranóia, nº -01

A alguns metros das paranóias diárias, a passos da exaustão, num bar perto de casa existe uma figura, alguém que talvez tenha alcançado um estado tão perfeito de embriaguez que todos os problemas deixaram de existir, o cidadão existe, o bar também, porém a realidade se parece demais surreal; alguém que consegue sorrir o transcorrer dos dias, gargalhar a fome, passar a mão na bunda da seriedade. E lá pelas tantas, num mar de concreto, sobre pés pesados e carregado por asas fracas, me ponho a pensar no que o cidadão das gargalhas traz em suas retinas, memórias.
É natural que todos os desafios resultem em pessoas psicoserenas, certas de que a vida é isso mesmo, que não há muito espaço para palhaçadas, é preciso levar nossas obrigações a sério, é preciso produzir, criar, render, ficar rico.. Fartas de ignorância são elas, que acreditam mesmo nisso, pelo menos é o que o "Risadinha" acha, o cara do estacionamento falou que é esse o nome dele, falou que se sabe pouco de seu passado, talvez um industrial, um pedreiro, um bancário que enfiou uma banana na cara do caos e decidiu morar em seu universo paralelo, onde existem mãos fazendo cócegas cronometadas. Talvez apenas um cachaceiro engraçado...

terça-feira, 7 de setembro de 2010

Bloco do eu sozinho

É realmente difícil amar alguém, estamos sempre procurando algum motivo pra gostar dos outros; ou porque nos faz rir, ou porque nos faz chorar, ou porque é gostoso ou gostosa, ou porque simplesmente é aquilo, aquilo tudo que queríamos ser, queríamos ter. Mas amar, por amar e ponto é difícil demais.
Aqui de onde o vento faz a curva, tento imaginar todas as atrocidades que suas decisões poderiam fazer com nossa história, e ainda assim me mantenho na certeza de um amor que não precisa de trocas, barganhas, que não precisa de motivos. Amo porque quero e pronto.
Minhas mãos ainda fatalmente esfriam quando falo de você.

Eu tenho medo do quanto afoito possa te querer agora e em todas as próximas vezes, eu tenho medo dos absurdos que possa lhe exigir no tilintar das horas que sonho estar contigo..

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

Relampejo

Fazer da lágrima o sangue que nos deixa de pé..

Eu ando pelo mundo numa caminhada sem rumo, esse tipo de coisa na qual o objetivo é apenas um, e a gente acaba se perdendo pelo tanto de voltas que a vida dá. Existem pedras, muros, muralhas e precipícios pelo caminho, removendo uns e saltando outros, a tendência dos dias é sempre seguirem em frente; numa peleja sem fim, numa briga incansável.
Sinceramente, eu não acordo todos os dias e me sento na frente de um computador, ao lado de um telefone ensandecido porque gosto disso, gosto pura e simplesmente de felicidade, tranquilidade, gosto de pessoas, faço isso pelo desejo de realizar meus sonhos; e quer saber, por mais que pareça, ninguém tem o direito nem a capacidade de destruir sonhos alheios, esses são puramente meus, e lutarei com minha arrogância e audácia, mesmo sabendo que o sonho possa pertecer a outrem.
Os provérbio capiais não mentem, a vida vai nos calejando e nos preparando para desafios maiores, para dores que o tempo haverá de aguçar.
Se essa embolada toda fosse um simples jogo de xadrez, eu já teria perdido rainha, cavalo, bispo e tudo mais, lutaria apenas com peões, mas com a certeza de uma vitória que poderá tardar, mas que é de inteiro merecimento meu..

E por todas as palavras que eu deixaria de falar.