sábado, 2 de outubro de 2010

4 anos

Pela ordem...

Mesmo com todas as saudades, já se vão 4 anos em SP, mais especificamente no Direito. Direito as vezes parece moda, muita gente acha lindo o primeiro ano com muitos bares, festas, micaretas, se sentem os excelsos doutores depois da primeira aula de penal. Mas sei lá, antes, a 10, 15 anos atrás eu gostava da profissão de ternos elegantes por parecer algo extremamente promissor e poderoso (não que não seja); mas com as histórias de nossos mestres, com rostos dispostos a ensinar mesmo após um dia todo de petições, apelações, embargos.. a coisa toda toma um novo rumo, me ocorre um amor pelo Direito que é omisso, não é pela imponência, pela sabedoria e explicação lógica que se dá para todas as coisas, pelo leque de opções que nos é apresentado; quem sabe seja pela capacidade de salvar vidas ao jeito mandão (vide mandados de segurança), pela carga de dignidade que nos é injetada, pela capacidade atribuída de postular, de questionar, de fazer cara feia quando todo mundo pensa que é magistrado; mesmo que ainda estudante sem tempo nem disponibilidade para horas de merecidos estudos tento trilhar os caminhos tortuosos e cheios de escapes desse sonho que tenho desde criança.
Por outro lado, tenho lá algumas aversões à carreira, é nojento ver o mercado de enriquecimento ilícito via indenizações por danos morais para qual o judiciário não raramente caminha, camarada pode ser o mais bruto na rua, mas perante a justiça sua moral subjetiva é feita do mais delicado cristal. É lamentável a existência de advogados que se ocupam exclusivamente de ferrar com vidas alheias. Porém há lugar e campo para disposições, há tempo para revoluções na sociedade, revoluções essas oriundas da força judicial. E muitos se enganam quando pensam que não existe justiça, essa transborda em nosso país, difícil é encontrar gente que a cumpra, que a coloque em prática, difícil é exterminar o submundo das propinas e jeitinhos.
Minha faculdade de forma alguma é a melhor, mas vejo atualmente gente disposta a mudar, a mostrar que não somos apenas mais uma leva do superlotado sistema educacional (19 dos 19 alunos do 10º período passaram na primeira fase da OAB, chuuupa USP).
Continuo nessa, de Vade Mecum a tiracolo, na crença de que posso fazer muito, por mim e pelos outros.



Um comentário:

PV Mendes disse...

quem é USP?! Parabéns, até a vitória sempre!