domingo, 21 de novembro de 2010

Assistência Técnica

Em alguns momentos não tem como, alguns defeitos são simplesmente impossíveis de se resolverem em casa, sentado, só esperando que um milagre aconteça e aquela peça defeituosa se recupere sozinha; como quando era criança, que rezava pro meu carrinho de controle remoto voltar a funcionar...
Foram longos sei lá quantos dias, e o prazo que deram para a vida que estava na assistência voltar a funcionar não pôde ser cumprido, sequer foi feita a análise técnica pelo responsável, as incertezas estavam lá, os planos vazando pela trinca que se formara a dias na altura do torax, a garganta que apresentara dificuldades no que se refere à lubrificação natural também não foi solucionada, tudo facilmente se agarrava ali (e continua seca...)
Não que eu tenha me preocupado pouco, foram diversas ligações, repetidas reclamações, novos prazos novamente descumpridos; problemas operacionais internos da empresa que acreditava eu estar ali para trazer satisfação a seus clientes, ressuscitar esperanças moribundas, acreditar tudo aquilo que se encotrava desacreditado..

- Defeito a meu ver:

Tá bom, antes de confiar vida aos outros, tentei sinceramente entender o problema/vício intrinseco, e pelos meus entendimentos, foi alguma ripimboca da parafuseta que se soltara após um excesso de vontades e necessidades descarregadas em um mesmo dia, brother, deu pau; não que o hardware não estivesse pronto pra isso, mas o espaço em disco não foi suficiente para tamanha descarga, e a outra vida que estava ligada ao mesmo roteador não foi capaz de entender a mensagem que até então parecia altamente cripitografada.

Inconformado eu liguei novamente na assistência, e mais uma vez não existiam prazos concretos. Tudo bem, se após 30 dias o defeito não for sanado, a legislação me garante algumas prerrogativas.

sábado, 2 de outubro de 2010

4 anos

Pela ordem...

Mesmo com todas as saudades, já se vão 4 anos em SP, mais especificamente no Direito. Direito as vezes parece moda, muita gente acha lindo o primeiro ano com muitos bares, festas, micaretas, se sentem os excelsos doutores depois da primeira aula de penal. Mas sei lá, antes, a 10, 15 anos atrás eu gostava da profissão de ternos elegantes por parecer algo extremamente promissor e poderoso (não que não seja); mas com as histórias de nossos mestres, com rostos dispostos a ensinar mesmo após um dia todo de petições, apelações, embargos.. a coisa toda toma um novo rumo, me ocorre um amor pelo Direito que é omisso, não é pela imponência, pela sabedoria e explicação lógica que se dá para todas as coisas, pelo leque de opções que nos é apresentado; quem sabe seja pela capacidade de salvar vidas ao jeito mandão (vide mandados de segurança), pela carga de dignidade que nos é injetada, pela capacidade atribuída de postular, de questionar, de fazer cara feia quando todo mundo pensa que é magistrado; mesmo que ainda estudante sem tempo nem disponibilidade para horas de merecidos estudos tento trilhar os caminhos tortuosos e cheios de escapes desse sonho que tenho desde criança.
Por outro lado, tenho lá algumas aversões à carreira, é nojento ver o mercado de enriquecimento ilícito via indenizações por danos morais para qual o judiciário não raramente caminha, camarada pode ser o mais bruto na rua, mas perante a justiça sua moral subjetiva é feita do mais delicado cristal. É lamentável a existência de advogados que se ocupam exclusivamente de ferrar com vidas alheias. Porém há lugar e campo para disposições, há tempo para revoluções na sociedade, revoluções essas oriundas da força judicial. E muitos se enganam quando pensam que não existe justiça, essa transborda em nosso país, difícil é encontrar gente que a cumpra, que a coloque em prática, difícil é exterminar o submundo das propinas e jeitinhos.
Minha faculdade de forma alguma é a melhor, mas vejo atualmente gente disposta a mudar, a mostrar que não somos apenas mais uma leva do superlotado sistema educacional (19 dos 19 alunos do 10º período passaram na primeira fase da OAB, chuuupa USP).
Continuo nessa, de Vade Mecum a tiracolo, na crença de que posso fazer muito, por mim e pelos outros.



Rua Paranóia, nº -01

A alguns metros das paranóias diárias, a passos da exaustão, num bar perto de casa existe uma figura, alguém que talvez tenha alcançado um estado tão perfeito de embriaguez que todos os problemas deixaram de existir, o cidadão existe, o bar também, porém a realidade se parece demais surreal; alguém que consegue sorrir o transcorrer dos dias, gargalhar a fome, passar a mão na bunda da seriedade. E lá pelas tantas, num mar de concreto, sobre pés pesados e carregado por asas fracas, me ponho a pensar no que o cidadão das gargalhas traz em suas retinas, memórias.
É natural que todos os desafios resultem em pessoas psicoserenas, certas de que a vida é isso mesmo, que não há muito espaço para palhaçadas, é preciso levar nossas obrigações a sério, é preciso produzir, criar, render, ficar rico.. Fartas de ignorância são elas, que acreditam mesmo nisso, pelo menos é o que o "Risadinha" acha, o cara do estacionamento falou que é esse o nome dele, falou que se sabe pouco de seu passado, talvez um industrial, um pedreiro, um bancário que enfiou uma banana na cara do caos e decidiu morar em seu universo paralelo, onde existem mãos fazendo cócegas cronometadas. Talvez apenas um cachaceiro engraçado...

terça-feira, 7 de setembro de 2010

Bloco do eu sozinho

É realmente difícil amar alguém, estamos sempre procurando algum motivo pra gostar dos outros; ou porque nos faz rir, ou porque nos faz chorar, ou porque é gostoso ou gostosa, ou porque simplesmente é aquilo, aquilo tudo que queríamos ser, queríamos ter. Mas amar, por amar e ponto é difícil demais.
Aqui de onde o vento faz a curva, tento imaginar todas as atrocidades que suas decisões poderiam fazer com nossa história, e ainda assim me mantenho na certeza de um amor que não precisa de trocas, barganhas, que não precisa de motivos. Amo porque quero e pronto.
Minhas mãos ainda fatalmente esfriam quando falo de você.

Eu tenho medo do quanto afoito possa te querer agora e em todas as próximas vezes, eu tenho medo dos absurdos que possa lhe exigir no tilintar das horas que sonho estar contigo..

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

Relampejo

Fazer da lágrima o sangue que nos deixa de pé..

Eu ando pelo mundo numa caminhada sem rumo, esse tipo de coisa na qual o objetivo é apenas um, e a gente acaba se perdendo pelo tanto de voltas que a vida dá. Existem pedras, muros, muralhas e precipícios pelo caminho, removendo uns e saltando outros, a tendência dos dias é sempre seguirem em frente; numa peleja sem fim, numa briga incansável.
Sinceramente, eu não acordo todos os dias e me sento na frente de um computador, ao lado de um telefone ensandecido porque gosto disso, gosto pura e simplesmente de felicidade, tranquilidade, gosto de pessoas, faço isso pelo desejo de realizar meus sonhos; e quer saber, por mais que pareça, ninguém tem o direito nem a capacidade de destruir sonhos alheios, esses são puramente meus, e lutarei com minha arrogância e audácia, mesmo sabendo que o sonho possa pertecer a outrem.
Os provérbio capiais não mentem, a vida vai nos calejando e nos preparando para desafios maiores, para dores que o tempo haverá de aguçar.
Se essa embolada toda fosse um simples jogo de xadrez, eu já teria perdido rainha, cavalo, bispo e tudo mais, lutaria apenas com peões, mas com a certeza de uma vitória que poderá tardar, mas que é de inteiro merecimento meu..

E por todas as palavras que eu deixaria de falar.

sábado, 19 de junho de 2010

Pois é

Agora eu vou escrever de coração aberto, vou escrever pra que eu mesmo leia, pra que eu preste atenção no que penso, pra que eu preste. Das minhas estâncias, faço-me obrigado a ser rei soberano. As pessoas na rua não se deixam levar, eu não devo me deixar levar, tenho por obrigação me guiar, o minímo possível, nem que seja pra me desviar, nem que se seja pra não dar com a cara no muro.
As coisas novamente parecem descarrilhar sob meus pés, sinto frio e ausência de muitas coisas, coisas essas essênciais pra mim. Meus pesadelos sussuram afrontas em meus ouvidos. Eu posso ser maior que todas elas; mas agora estou cansado, magoado, exausto...

quarta-feira, 16 de junho de 2010

Devassidão Cultural

Porcos imundos, ignoram nossa cultura, como bêbados fazem com a própria moral. Cresci e me desenvolvi no Grande Sertão Veredas (às margens da represa de Três Marias, nas águas do São Francisco), poxa, eu tinha direito de saber disso, mas não, me falaram de tudo, de Curupira, quadrilha, computadores, do filho prefeito da puta que pariu. Pestiavam minhas idéias com suas inutilidades. Faltou e sempre vai faltar (pelo menos enquanto dermos mais valor à cultura alheia) gratidão ao nosso passado. Chico Mendes ainda é nome no Norte, "Padim Ciço" chega a ser uma figura mitológica no Nordeste, o Sul chega a ser arrogante pelas tradições e devoção a seu passado; mas a nós, que nos dizemos o coração da economia brasileira, nos resta idolatrar um ou outro "artista" americano em alta da semana.
É necessário que mostremos a nossas crianças, fruto doque elas são, ninguém é filho de chocadeira; é preciso dar mais valor a nossa terra, mais valor a nossa história, nossa cultura não pode se resumir a onze jogadores !

quinta-feira, 3 de junho de 2010

Medo

Tenho medo, medo das adversidades que posso encontrar, medo das incertezas que me rondam, tenho medo da pouca (ou quase nenhuma) estabilidade que possuo, tenho medo das cobranças não raramente exacerbadas que me faço, mas sei lá, acredito que meus infantis sonhos possam confrontar isso, eu estou sonhando, apenas sonhando, pensando em dias melhores, em decisões mais fáceis. Auto-pena, eu não quero ser mais um frustrado recorrendo a ela, tentando se livrar do peso dos próprios passos errados.
Pra falar bem a verdade, eu só preciso de algo no que me apoiar se todas as coisas que eu pretendo tentar daqui pra frente derem errado, se o tiro que tanto temo em disparar no escuro sair pela culatra.

Daqui, do alto do cruzeiro de onde minhas idéias confusas se entrelaçam, eu acredito e acreditarei nos caminhos conturbados mas válidos que me esperam..

quarta-feira, 14 de abril de 2010

Banco de rodoviária

Talvez seja a incerteza que me mantenha, e quer saber, isso é ótimo. A certeza de que não te conquistei por completo, o medo de te perder, me motiva a sempre buscar e me desdobrar para arrancar garantias suas. Isso é pra você, exclusivamente, apenas nós dois sabemos o quanto tem sido difícil, o quanto desistir parece tentador em alguns momentos, posso ter todas as dúvidas desse mundo, mas em relação a você, vai sempre me faltar palavras, vai sempre me sobrar um coração cheio de coragem, uma vida disposta a ser trocada pela sua. Traço meus caminhos, insisto em objetivos, sofro por não poder te dar tudo que queria, mas me ergo da forma mais concreta possível diante de seu olhar. Sou a pessoa mais feliz desse mundo, apenas por saber, que ainda que te perca, você existe, que eu tenho uma razão infinita para viver e te querer sempre !